Mulheres ainda ocupam menos de 10% dos cargos políticos do país
Senadora Marina Silva (PV-AC)
A candidatura de duas mulheres à Presidência da República, fato inédito no Brasil, vem tomando corpo na cena política. No entanto, encobre ainda uma realidade de crescente, mas ainda baixa, incidência de mulheres nas instância do poder.
As pré-candidaturas da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pelo PT, e da senadora Marina Silva, pelo PV, são consideradas um avanço na luta pela maior participação das mulheres na política brasileira.
Entretanto, para as próprias mulheres que fazem parte desse cenário, ainda há um longo caminho a ser percorrido em busca da igualdade com os homens. A proporção de mulheres na Câmara dos Deputados em relação ao número de homens reflete a maciça predominância masculina.
De 513 parlamentares que compõem a Casa, apenas 45 são mulheres. Nenhuma delas ocupa cargo na Mesa Diretora. No Senado, a situação não é diferente. Das 81 vagas, apenas dez são ocupadas por mulheres.
No último dia 3 de março, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que garante a participação de pelo menos uma mulher nas mesas diretoras da Câmara, do Senado e das comissões permanentes chegou à pauta de votação da Câmara. "Ficou lá por apenas meia hora. Em apenas meia hora foi retirada", reclamou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), ex-prefeita de São Paulo, autora da proposta.
"Nos 185 anos de existência do Poder Legislativo no Brasil, nenhuma mulher ocupou vaga na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Na década de 80, havia quatro deputadas como suplentes. Mas, de lá para cá, nem para suplente a gente consegue que as bancadas, cujos líderes são homens, indiquem mulheres para ocupar os espaços que são de direito de seus partidos", critica.
Ela argumenta que a maior participação da mulher na política deve ser vista dentro do processo de consolidação democrática. "Não há um real compromisso com a democracia quando 51% da população brasileira, as mulheres, ocupam menos de 10% da representatividade política no país." O curioso é que a argumentação para que a PEC fosse retirada de pauta veio carregada de elogios e discursos sobre a valorização feminina.
Apesar dos obstáculos, a pesquisadora da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) Luana Simões Pinheiro avalia que as possíveis candidaturas femininas ao mais alto cargo eletivo do país são sinal de amadurecimento da sociedade, no entanto, ainda longe do ideal.
Desde que os direitos políticos foram assegurados às mulheres, o número de deputadas e senadoras tem aumentado. Apenas uma deputada federal foi eleita em 1933, após o novo Código Eleitoral. Já em 2006, foram empossadas 46 deputadas. No Senado, foram quatro as senadoras, com a renovação de dois terços das cadeiras da Casa.
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Em homenagem à Internacional da Mulher)
Rogério Brito - jornalista(*)
As mulheres representam mais de 40 o% do mercado de trabalho.
Nas últimas décadas, as mulheres abandonaram o papel de “Amélia” e invadiram o mercado de trabalho. Segundo PNUD, Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas elas representam mais de 40%, da força de trabalho do País. Mas, recebe em torno de 72,3%, do rendimento dos homens, em todos os estado brasileiros de acordo com a pesquisa do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas .
Essa conquista do sexo feminino no mercado de trabalho veio associado a transformações na relações familiares e conjugais: maternidade adiada e menor números de filhos; aumento do padrão de consumo familiar do investimento em educação; e crescente reivindicação por igualdade cívica e política de acordo com a pesquisa da Harvad Bussiness Review.
Em, 2009, o rendimento do trabalho das mulheres foi de R$ 1.079,93, inferior ao dos homens - R$ 1.518,3. Isso ocorre mesmo com o nível de maior escolaridade do sexo feminino. Para o IBGE, as razões são principalmente culturais. De acordo ainda, com o IBGE, no Brasil há mais de 1,6 milhão delas, acima de 60 anos que continuam trabalhando e chefiando lares.
Mesmo com tantas reivindicações e mudanças, no processo de transformação organizacional. A briga que elas precisam enfrentar para conseguir uma maior igualdade será travada cada vez mais em todas esferas: políticas, dentro de casa e empresa.
(*) Rogério Brito - Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá.
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